A pesquisa em ensino de história é um campo apaixonante e desafiador, que propõe reflexões acerca do espaço escolar, dos saberes históricos, dos sujeitos envolvidos e envolventes, das concepções de mundo e dos interesses políticos que compõem o processo de educação. Nesse sentido, o nosso objetivo neste artigo é discutir sobre os desafios epistemológicos e apostas políticas que marcam a pesquisa em ensino de história.

A primeira questão que devemos abordar é a que se refere aos desafios epistemológicos. A pesquisa em ensino de história implica uma relação com o passado, mas o que significa essa relação? Afinal, o passado não é apenas um objeto a ser conhecido, mas antes de tudo, um lugar e um tempo em que os fatos aconteceram e foram registrados de múltiplas formas. O problema essencialmente epistemológico que se coloca para a pesquisa em ensino de história é, portanto, como lidar com a complexidade dessa relação entre o presente e o passado. A pesquisa em ensino de história deve estar preocupada em desenvolver metodologias capazes de captar as nuances do processo de produção e reapropriação do conhecimento histórico, bem como em revelar o papel do historiador nestas ações.

A segunda questão a ser considerada é a que se refere às apostas políticas. A pesquisa em ensino de história é sempre uma aposta política, pois está historicamente situada em um contexto social, cultural e político específico. Nesse sentido, é fundamental que os pesquisadores tenham clareza sobre as suas apostas políticas, reconhecendo-as como tais e não tentando escondê-las sob uma aparência de neutralidade. Essa consciência crítica permite que os pesquisadores estejam alertas a possíveis manipulações ideológicas dentro do processo de produção do conhecimento histórico no espaço escolar.

Ao fazermos uma análise das questões colocadas, podemos perceber que a pesquisa em ensino de história é um campo em constante evolução que enfrenta desafios epistemológicos e apostas políticas variadas. Estes desafios devem ser trabalhados de forma consciente pelos pesquisadores, colocando em prática a sua capacidade crítica, reflexiva e propositiva. A pesquisa em ensino de história, portanto, deve ser vista como um investimento político, capaz de gerar conhecimentos capazes de mudar a realidade social e que contribua para a formação de indivíduos conscientes de sua história.

Por fim, é fundamental reconhecer que a pesquisa em ensino de história deve estar sempre aberta ao diálogo, ao debate, ao contraditório e a outras áreas do conhecimento, para que possamos aprofundar e diversificar as discussões sobre os desafios epistemológicos e apostas políticas que envolvem a educação histórica. Afinal, a pesquisa em ensino de história tem um papel-chave na construção de uma sociedade mais justa e democrática.